Endividamento
Alguns tópicos referentes a endividamento pessoal serão aqui abordados visando ajudar na prevenção e solução dos problemas relacionados ao uso do crédito por parte das pessoas.
Como reduzir as dívidas bancárias
Para muitas pessoas, as dívidas bancárias representadas principalmente por cartão de crédito, cheque especial, crédito pessoal e consignado além de financiamentos diversos podem sair de controle e necessitar de algum ajuste.
O crescimento das dívidas bancárias na maioria das vezes está atrelado a algum desequilíbrio no orçamento pessoal. Embora orçamento pessoal deva ser saneado, algumas medidas de natureza financeira também ajudarão na redução das dívidas bancárias.
As medidas listadas a seguir, isoladamente ou em conjunto, - vai depender de cada situação - permitem a redução das dívidas bancárias.
Estancar o crescimento do saldo devedor
O primeiro passo para redução de dívidas bancárias é olhar para sua tendência de crescimento.
O aumento de uma dívida pode acontecer por motivo de novas contratações - seja de modo automático como no caso do uso do cheque especial ou mediante requisição de crédito bancário - e também pela rolagem do saldo devedor que cresce pelo efeito da taxa de juros.
O aumento das dívidas bancárias na maioria das vezes está atrelado a algum desequilíbrio no orçamento pessoal. Embora os ajustes no orçamento pessoal precisem ser realizados, algumas medidas de natureza financeira também ajudarão na redução das dívidas bancárias.
São listadas a seguir as principais dessas medidas.
Trocar a dívida por outra com juros menores
A troca da dívida atual por outra mais barata é indicada tanto para os créditos contratados para pagamento em prazo longo como os de prazo curto.
Nas dívidas mais antigas é possível que a taxa de juros praticada seja muito superior a aquelas atualmente vigentes no mercado. Sendo assim, a troca de dívida pode permitir uma redução expressiva nos pagamentos a fazer e no saldo devedor.
A troca de dívida pode ser feita na própria instituição bancária por meio de troca de crédito ou renegociação de taxa de juros ou ainda com o uso do mecanismo de portabilidade do crédito quando a dívida é levada para outro banco.
No sistema financeiro brasileiro existe uma enorme diversidade de taxas de juros para um mesmo tipo de crédito. Por exemplo, os juros cheque especial em julho de 2021 variavam a depender do banco de 1,16 a 8,3% ao mês. No caso do cartão de crédito, as taxas oscilavam entre 0,68% ao mês e 18,85% ao mês.
Alongar o prazo de pagamento
Um alongamento do prazo de pagamento de uma dívida existente, às vezes conhecido como refinanciamento de dívida, não reduz propriamente seu valor mas sim o desembolso com pagamentos.
Diante de eventuais dificuldades de caixa, o alongamento de prazo de pagamento evita a rolagem da dívida e seu consequente crescimento. É uma das soluções mais usadas para lidar com problemas de endividamento.
Consolidar as dívidas
A consolidação das dívidas permite que uma pessoa transforme todas as suas dívidas bancárias numa só com a redução da taxa de juros e o alongamento do prazo de pagamento.
A implementação desta medida é um pouco mais complexa do que as demais porque as diferentes de juros de cada dívida são substituídas por uma única taxa de juros que ainda é acrescida de taxas administrativas.
A melhoria nas condições de pagamento não deve ser o único fator a ser considerado. É importante também levar em conta o custo total da nova dívida, conhecido pela sigla CET ( custo efetivo total) que é uma informação fornecida pela instituição bancária.
Quando bem conduzida, a consolidação de dívidas permite uma melhoria no quadro de endividamento da pessoa além de permitir um menor trabalho de controle tendo em vista que passará a lidar com apenas uma dívida.
Erros no uso do crédito bancário
Quando se utiliza qualquer tipo de crédito bancário é necessário evitar alguns erros que produzem perdas ou serão fonte de problemas futuros.
Os erros mais frequentes são os seguintes.
- Desconsiderar o potencial de crescimento de dívidas caras.
Diante das altas taxas de juros verificadas no sistema financeiro brasileiro a velocidade de crescimento de dívidas torna-se explosiva mesmo em prazos mais curtos.
Uma dívida de R$ 1.000,00 se transforma em R$ 31.000,00 em 3 anos se sujeita há uma taxa de juros de 10% ao mês.
- Comprar com base em pagamento facilitado, mas sem cobertura do orçamento.
Fatores como taxa de juros e condições de pagamento são às vezes ignorados quando as pessoas olham apenas a sua capacidade de pagamento.
Este procedimento gera decisões desvantajosas, sacrificando o potencial de realização da a renda da pessoa.
- Antecipar a restituição do imposto de renda sem necessidade premente.
Esta decisão significa abrir mão do rendimento da restituição pela SELIC sem taxa de administração e imposto de renda para pagar uma taxa de juros ao banco.
Caso o contribuinte não tenha uma necessidade objetiva do dinheiro, a melhor decisão é receber a restituição na data creditada pela receita federal.
- Contratar financiamento imobiliário fora do momento apropriado.
Embora os juros dos financiamentos imobiliários sejam normalmente baixos em comparação com os de outras linhas de crédito, essa vantagem pode ser sacrificada quando o tomador de um financiamento imobiliário não tendo o dinheiro para a entrada, lança mão de créditos bancários de curto prazo que normalmente tem taxas de juros muito altas.
- Fazer uma dívida nova quando termina de pagar uma anterior
Este erro é de natureza comportamental, sendo encontrado em algumas pessoas que desenvolvem uma espécie de inércia de gasto. Quando uma dívida é liquidada, elas arranjam uma nova compra para ocupar aquela lacuna no orçamento pessoal.