Crescimento profissional

 

1. Valorização do profissional de finanças

 

 Além de vivência  específica nas atividades  financeiras,  a valorização do profissional de finanças e o consequente aumento de sua empregabilidade são   fortemente ajudadas  por conhecimentos complementares  tanto da própria área de finanças como de outras áreas como  a jurídica  e de  informática.

 

O nível desses  conhecimentos  depende do tipo de atividade exercida, mas em qualquer caso sempre haverá uma base  mínima sem a qual o profissional de finanças ficará limitado em seu campo de atuação.  Conhecimentos complementares, adicionados à  especialização técnica é a chave da produtividade profissional.

 

No setor financeiro é frequente encontrarmos profissionais, às vezes com função gerencial, que aprenderam “fazendo”. Conhecem a fundo as rotinas operacionais do setor financeiro, mas alguns se ressentem de uma base mais ampla de  conhecimentos complementares, capaz de levá-los a um grau mais elevado  de realizações ou de aumentar a produtividade naquilo que  já fazem.

 

A  relação  de conhecimentos descrita a seguir considera o profissional de finanças trabalhando na tesouraria das organizações ou  no “financeiro” como é muitas vezes denominada  essa área de trabalho.

 

1. Matemática Financeira – embora  muitos cálculos financeiros do dia a dia sejam  automatizados  pelos sistemas informatizados, é de fundamental importância que o profissional de finanças tenha uma base  de Matemática Financeira.  Essa habilidade lhe permite cobrir eventuais lacunas de cálculos desses sistemas e, em alguns  casos, obter mais agilidade   no processo de cálculo. O conhecimento de Matemática Financeira também tem um papel relevante em negociações com bancos, clientes e fornecedores.

 

2. Contabilidade gerencial – a capacidade de usar os dados da contabilidade para  entender ou prever a situação financeira de uma empresa  é uma habilidade  bastante valorizada em um  profissional de finanças.  Ela lhe permite fazer avaliação financeira de clientes, fornecedores e prestadores de serviços, além da própria empresa. Também possibilita a apuração ou a previsão de resultados com o enfoque gerencial, prática usual  nas pequenas e médias empresas.

 

3. Instrumentos de captação no mercado financeiro – o conhecimento dos instrumentos de captação disponíveis no sistema bancário, com todas as suas características operacionais,  custos, tributação, impactos sobre o balanço e a demonstração de resultados (DRE)  é essencial  para o profissional de finanças.  Esse conhecimento também lhe permite checar as despesas financeiras  lançadas pelos bancos nas contas-correntes, fazendo a conciliação bancária completa.  

 

4. Instrumentos de aplicação no mercado financeiro – Com o continuado  desenvolvimento  do mercado financeiro brasileiro, têm surgido várias opções para aplicação das sobras de caixa ou  reservas financeiras das empresas.  Essa   multiplicidade de opções requer do profissional de finanças uma visão abrangente sobre o assunto, incluindo o entendimento dos vários tipos de taxas de juros usados na remuneração e o cálculo  taxa real líquida das aplicações financeiras.

 

5. Fluxo de caixa da tesouraria – Esse onipresente instrumento de previsão  financeira   precisa fazer parte da bagagem mínima de conhecimentos do profissional de finanças. Mesmo não lidando diretamente com o fluxo de caixa, os profissionais do núcleo da tesouraria (contas a pagar e receber) têm uma forte ligação com o fluxo de caixa. O conhecimento dessa ferramenta permite que esses profissionais colaborem de modo mais efetivo com a área que gerencia o fluxo de caixa.

 

6. Excel em nível intermediário ou avançado – Mesmo nas empresas que têm sistemas informatizados integrados (ERP’s), algumas funções são apoiadas no Excel. Além disso, com frequência surgem necessidades especiais de cálculos financeiros que não são suportadas pelo  ERP da empresa. Nesses casos, o   Excel  é a ferramenta padrão para resolver o problema. Também na  utilização de editores de texto, a produtividade pode ser muito aumentada com o emprego dos recursos especiais do Excel.

 

7. Fundamentos de tributação – O conhecimento dos três sistemas de tributação empresarial existentes no Brasil e suas principais características deve fazer parte da bagagem do profissional  de finanças.   Além disso, é muito importante o entendimento  dos processos de retenção tributária, principalmente para os impostos federais e o ISS. Embora a orientação sobre esses assuntos caiba ao setor fiscal ou à contabilidade externa,  é bastante desejável que o profissional de finanças, principalmente das   áreas de contas a pagar e receber tenham alguma informação sobre esse assunto.

 

8. Noções de direto  empresarial -  No relacionamento financeiro da empresa com seus    clientes e  fornecedores  existe uma presença forte de elementos de direito societário,  de títulos de créditos e de direito falimentar.  Os fundamentos de direito empresarial  enriquecem bastante a capacidade analítica do profissional de finanças. 

 

É  importante ressaltar que o profissional de finanças mesmo não fazendo uso rotineiro dos conhecimentos aqui mencionadas em sua rotina diária, deverá buscá-los. Os benefícios sobre seu desempenho profissional surgirão no curto, médio e longo prazo.

 

 2. Crescimento profissional na área financeira: habilidades complementares indispensáveis

 

 Formação escolar e histórico profissional são os dois principais fatores que influem sobre o progresso de um profissional de finanças.

 Algumas pessoas devido a  uma incomum  coincidência de características pessoais e de sua atividade profissional conseguem obter crescimento e sucesso profissional, apesar de não possuírem sequer as habilidades básicas. Elas representam uma pequena minoria no universo dos profissionais da área financeira.

 

 Por outro lado, há caso de profissionais com boa formação profissional e extensa experiência profissional,  mas que não conseguem decolar profissionalmente.

 

 Uma possível causa para esse fato é a carência de algumas habilidades complementares, que embora não muito divulgada, pode contribuir para a estagnação profissional.

 

 As principais dessas habilidades são apresentadas e comentadas a seguir.

 

 1. Capacidade de concentração e memorização

 

Esta é atualmente  uma lacuna bastante encontrada entre os profissionais de todas as áreas e idades. Existem alguns estudos que mostram ser a facilidade de pesquisa na internet a principal causa do crescimento do problema.

 Na área financeira, devido às suas particularidades, as limitações de capacidade concentração e memorização são altamente prejudiciais ao bom desempenho do trabalho.

 

 A solução mais indicada para esse problema é o profissional   fazer um curso visando aprimorar sua capacidade de concentração e memorização. É um treinamento rápido e de preços acessíveis, mas com retorno altamente compensador. Deve ser lembrado que o desenvolvimento dessa habilidade traz benefícios que extrapolam o terreno profissional. Com a melhora da concentração e memorização, a pessoa passa a ter maior facilidade de aprendizagem e retenção de informações,  o que gera   ganho de tempo.

 2. Habilidade de comunicação e expressão

 

 Como é sabido, o trabalho na área financeira inclui muitos contatos, tanto internos como externos.

 

 A comunicação escrita (mesmo por e-mail) ou verbal precisa ser clara e objetiva para poder ser eficaz.

 

 Novamente, a linguagem excessivamente simplificadora usada  na internet tem sido responsabilizada pelo empobrecimento do processo de comunicação, principalmente a escrita.

 

A boa comunicação requer alguns pré-requisitos, tais como rico vocabulário, capacidade de organização do pensamento e atenção.

 Porém,  a qualidade mais importante da comunicação que é a clareza do conteúdo,  pode ser obtida com alguma  facilidade. Um bom caminho é escrever pequenos textos sobre determinados assuntos (um pedido de informação ao cliente, uma reclamação ao gerente do banco, um aviso ao fornecedor etc.) e submetê-los à apreciação crítica de pessoas conhecidas até conseguir um resultado satisfatório.

Para o contato verbal,  a principal recomendação é usar um estilo de comunicação direta e concisa, sempre priorizando a clareza da mensagem. Nos casos em que for indispensável uma comunicação mais extensa, fazer um resumo dos principais pontos no encerramento do contato.

 

 3. Habilidade de negociação

 

 Várias funções de áreas como compras, vendas, logística, têm sido transferidas para a área financeira ou divididas com esta. Por esse motivo, o trabalho de negociação   estará cada vez presente na rotina do profissional de finanças.

 Pleitos, argumentações e demonstrações  são faces típicas de uma negociação, atividade que requer o apoio de outras habilidades, capitaneadas pelo conhecimento técnico.

 

Assim, tão importante quanto  ter um vasto conhecimento de Matemática Financeira é saber demonstrar ao cliente ou fornecedor a pertinência ou a lógica do cálculo dos juros, descontos,  encargos ou atualização monetária.

 

 O grande espaço para a negociação decorre do fato de que muitos pontos causadores de divergência entre os envolvidos numa negociação comercial e financeira não têm o amparo de uma legislação específica.

 

 Saber demonstrar  de forma eficaz para uma área interna da empresa a importância de obter em tempo os dados para a projeção do fluxo de caixa é um exemplo da importância da capacidade de argumentação.

 

 4. Habilidade  de localização de informação

 

 Localizar informação de forma eficiente aumenta bastante a eficiência do profissional de finanças. Essa capacidade deve ser entendida no sentido amplo, o que ultrapassa em muito o uso de sites de busca na internet.

 

 Muitas informações ainda são obtidas por meio de  contato com uma pessoa, ainda que seja pela internet. Saber identificar a fonte da informação é de grande valia no ambiente financeiro.

 

 Essa habilidade  requer o uso do raciocínio lógico, criatividade  e imaginação do profissional em busca da informação.

 

 Localizar rapidamente um especialista em custos de reorganização de tesouraria ou obter sem custo a série histórica de inadimplência empresarial nos últimos cinco anos são bons exemplos dessa habilidade.